EU e o OUTRO T04.20~Ep.03

EU e o OUTRO T04.20~Ep.03

OS PESSIMISTAS QUEIXAM-SE DA VIDA, OS ÓPTIMISTAS ESPERAM QUE TUDO MELHORE, OS REALISTAS AJUSTAM-SE

Bem com Deus e com o diabo

o OUTRO: O que achas da decisão governamental no que respeita ao reinício da 1ªLiga de futebol?

EU: Como se não fosse uma decisão política, com Deus e com o diabo, como é o seu habitual. Vale o que sabemos que vale, e é mais uma “pisada” no charco.

Como o advoguei em 27 de março no meu texto no facebook, salvo a existência de quaisquer garantias de saúde, e porque já imaginava a decisão governamental de hoje, fiz o possível para me adiantar com a nossa conversa anterior, e só direi que  LAMENTO que se brinque com algo tão valioso como a saúde.

Mas todos sabemos que são inúmeras as vezes em que a indústria se alimenta vampiricamente do sangue dos outros, e que os políticos são o que são!

Futebol sem o calor do público e a beleza das claques, não vale nada, e direi mesmo que é uma mentira!

EU e o OUTRO T04.20~Ep.02

OS PESSIMISTAS QUEIXAM-SE DA VIDA, OS OPTIMISTAS ESPERAM QUE TUDO MELHORE, OS REALISTAS AJUSTAM-SE

Futebol Indústria, quando o desporto não significa saúde

o OUTRO: Vamos à actual e grande questão quanto ao regresso do futebol.

EU: OK, vamos a isso, e começo por salientar que me guardei para mais tarde para não entrar no jogo da asneira (uma tão privilegiada ideia de um tal pateta alegre que se desdiz todos os dias no folclore deste futebol). Um passo de cada vez, já que todos estamos conscientes que o encolher de benefícios e o aumento de prejuízos, são uma realidade.

E o que aqui escrevo é a opinião, dum homem que “adora” o desporto, e o que digo quanto ao futebol digo-o para toda e qualquer modalidade desportiva de contacto, que até parece estar a ter mais bom senso que as gentes no futebol.

Teremos que admitir que o futebol, por muito que o queira parecer, não é uma modalidade desportiva, mas sim uma indústria que se utiliza duma modalidade desportiva.

“Mens sana in corpore sano” é um lema que não se aplica ao futebol, mas falando do futebol indústria, e porque pertenço ao público, assumirei que o futebol espectáculo sem público não é espectáculo, e se nele tenho participado com a minha quotização e o meu lugar de Gamebox, sentir-me-ia defraudado sem a minha participação como elemento do público que alimenta o futebol, sem pertencer aos que se alimentam do futebol. Eles comem tudo, eles comem tudo, eles comem tudo e deixam …pouco.

o OUTRO: Estás totalmente contra o reinício do futebol a curto prazo?

EU: SIM, TOTALMENTE. Atendendo à virulência do COVID-19, questiono-me quanto a responsabilidade de se algo de pior acontecer com efeitos de incapacidade e mesmo de letalidade. E não me venham dizer que a própria vida sempre inclui riscos, porque nuns casos são riscos inesperados, noutros são riscos admissíveis sem nada de inesperado. Riscos bem diferentes. E este COVID-19 é uma praga que como qualquer gripe se evade e se esconde podendo aparecer em qualquer momento e de qualquer forma.

o OUTRO: Mas queres sugerir algo que se insira numa crítica construtiva?

EU: É minha forte convicção, que as épocas e seus campeonatos devam acabar com a realização dos jogos em falta, em modos a estruturar com bom senso, admitindo que tivesse que haver um período de nojo, de interdição, de espera, onde se manteriam todos condicionalismos da época em curso. Como se tudo tivesse parado no tempo.

Mesmo admitindo que os jogos só pudessem começar em Setembro, como admiti em 27 Março p.p., haveria sempre que condicionar este reinício a uma garantia da saúde de todos intervenientes, já que campeonatos amputados da sua génese e da sua verdadeira dimensão são um atropelo à verdade da competição.

o OUTRO: Algo que me parece totalmente contra os actuais propósitos do Estado e do Futebol.

EU: Como já o disse acima, poderíamos como exemplo, admitir que começando os jogos em Setembro com jogos num período de 72h ou mais, até que a época em curso terminasse, e mesmo com o jogo da final da Taça. Em Novembro? Talvez. E depois, dar um período de 2 a 3 semanas para o reinício da próxima época.

Esta próxima época poderia ser dividida em 2 conjuntos, uma com os primeiros 10, 9 ou 8 classificados, e a outra com os últimos 8, 9 ou 10 classificados, com jogos a realizarem-se ao mesmo tempo, e podendo os 2, 3 ou 4 primeiros classificados deste 2º grupo, à posteriori, realizarem os seus jogos com todos os últimos 2, 3 ou 4, para se apurarem os os clubes a ficarem no 1º e no 2º grupo, na época seguinte. E se necessário arranjar jogos (alguns jogos?) com, aqui também, intervalos mais curtos. E o mesmo, para os campeonatos inferiores.

o OUTRO: E o que achas da tal ideia dos cartões amarelos para jogadores que cuspissem para o terreno?

EU: Sou muito contra o cuspir-se para o terreno de jogo, mas a ideia que foi promovida pelo médico da FIFA até me parece acertada e corajosa. Este vírus não brinca e a sua propagação pode ser de muitas formas. Mas claro que, logo se levantaram as habituais línguas viperinas, para criticar. E diria até que parecendo bastante rocambolesco, admitiria que os jogadores pudessem ter lenços em calções com bolsos zipados.

o OUTRO: E para terminar como é que os clubes podem sobreviver sem a necessidade do jogo a curto prazo.

EU: Um sacrifício de todos incluindo os jogadores que recebendo valores exorbitantes poderiam nesta fase, deles abdicar recebendo um valor mínimo, que auxiliasse a manutenção duma indústria que os serve tão bem. E mais alternativas poderiam ser adoptadas deste que não colidissem com a saúde dos intervenientes… e do público.

QUANDO A TIMIDEZ DA DEMOCRACIA TROPEÇA FACE À DITADURA DO VÍRUS!

Todos preferimos uma democracia mesmo com erros, a uma ditadura, mas mesmo numa democracia e quando lutamos contra um inimigo invisível, temos que ser rápidos e musculados.

E cá em casa não está tudo tão mal quanto eu pensava, nem tão bem quanto eu queria.

António Costa, que não é flor do meu jardim, com a ajuda de todos, tem estado bem com três “sinais menos”, mas esteve muitíssimo bem com a lição que deu ao ministro das finanças holandês e a todo o mundo. E aqui, MUITOS PARABÉNS a António Costa.

Três sinais menos, que se revelaram na timidez inicial e ainda actual, de atacar o problema dos LARES nem que fosse pela desvantagem destes em combater o Coronavírus (e que está longe de estar resolvido), além da má interpretação do uso das MÁSCARAS (com muita culpa da DGS, e da Sra Graça Freire com a assertividade com que considerou um erro o uso das máscaras, mas agora a começar a titubear), e da falta de testes nas FRONTEIRAS que apareceram “tarde e más horas”, além do que ainda se continua a ver (ainda temos voos da Europa e do Brasil sem quaisquer testes!).

E a substituição da Ministra da Saúde pelo Secretário de Estado da Saúde, nas comunicações diárias, é um alívio para os telespectadores. Questões de credibilidade!

Mas o povo português, com alguns desvios, tem tido um comportamento exemplar, e pelo que sabemos muitíssimo elogiado fora de portas.

Já do estrangeiro e de países de maior expressão, entendo como altamente reprovável e um mau exemplo, os comportamentos do Reino Unido, os EUA, e o Brasil, sem falarmos da Rússia onde muito parece estar debaixo do tapete. De outros mais países teremos conhecimento a curto prazo, quando o inimigo assassino os atacar.

A ausência atempada de medidas de combate a este flagelo pelos dirigentes dos países antes referidos, poderão estar na origem de muitas mais mortes do que seria de esperar, e isto é verdadeiramente CRIMINOSO, mas fico a aguardar pelo que vão cobrar destes senhores do Poder.

EU e o OUTRO T04.20~Ep.01

OS PESSIMISTAS QUEIXAM-SE DA VIDA, OS OPTIMISTAS ESPERAM QUE TUDO MELHORE, OS REALISTAS AJUSTAM-SE

A nossa vida é definida pelas nossas escolhas, e estas são da nossa responsabilidade.

o OUTRO: Meu caro, hibernaste?

EU: Não, mas estes tempos obrigam-nos a optar por outros problemas de maior prioridade.

o OUTRO: Então não estás disponível para comentar o desejo da UEFA e Federações dos campeonatos profissionais terminarem até fim de Julho?

EU: Como já te disse anteriormente não podemos pôr tudo de lado e infernizarmo-nos, com o risco de por obsessão, ficarmos psicologicamente afectados.

o OUTRO: E qual é a tua opinião quanto a esta matéria?

EU: Uma ambição que me parece extemporânea, e NÃO exequível se quisermos preservar a vida humana.

A indústria do futebol tem uma grande dimensão, mas existem valores que nos obrigam a enormes cuidados e muita atenção nos passos a dar, e se atentarmos às circunstâncias actuais e ao que se pode esperar na evolução do actual e mortífero vírus, que não comparável a qualquer vírus da gripe, há que ponderar e saber aguardar, tendo em mente que a maioria das modalidades desportivas, como o futebol, são de contacto e a oferecerem todas as condições ao contágio.

Deveremos ter uma certeza absoluta das condições, antes de assumirmos qualquer compromisso, e o bom senso aconselharia a esperar que se confirmem as essenciais duas semanas sem qualquer infectado.

Os interesses de variada ordem, como os televisivos que têm uma importância deveras importante no mundo desportivo, deveriam adaptar-se ao presente e sacrificarem-se como todos os outros.

Quanto ao futebol, o presente aconselha que se tomem medidas para o tempo em que esteja interditado, e em tempos excepcionais, nunca serão demais, medidas excepcionais.

E o mesmo se aplica a todos os intervenientes para a efectivação dos jogos, sejam eles, jogadores, árbitros, funcionários de apoio, operadores e funcionários televisivos, etc.

E não podemos conceber as consequências na eventualidade de um dos ditos intervenientes ser contagiado, sem negligenciar a possibilidade de casos assintomáticos, ou de se pisarem pavimentos contaminados para o que temos sido aconselhados a estarmos bem alerta. E depois de qualquer acontecimento mais nefasto, não se pode voltar atrás.

Quanto à ideia de jogos à porta fechada, com jogadores isolados das suas famílias por demasiado tempo, NÃO, até porque os mesmos poderiam ficar psicologicamente afectados, e a verdade dos jogos a ser desvirtuada.

Evidente que se poderia fazer isto e aquilo e mais aquilo, mas esta não me parece ser a resposta, E CIRCUNSTÂNCIAS HÁ, EM QUE ADIAR É VIVER!

o OUTRO: Então, esperar, esperar, esperar?

EU: Sim, infelizmente, esperar que se ofereçam mais garantias, e que outras medidas funcionem, mas sou da opinião de que este campeonato deva acabar efectuando-se os jogos que faltam, e o próximo comece logo após um pequeno período de pré-época. Evidente que se teriam que criar ajustamentos em todas vertentes, mas isso fica para a próxima conversa.